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 Hebraico, introdução, alfabeto e vogais

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Ronaldo
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MensagemAssunto: Hebraico, introdução, alfabeto e vogais   Hebraico, introdução, alfabeto e vogais Empty12/1/2009, 3:23 pm

Gustavo escreveu:
Iniciando as classes na área de teologia, gostaria de começar com o idioma hebraico.
Espero que todos aproveitem bastante, e que logo possamos explorar este maravilhoso idioma.
Baseado no livro Gramática do Hebraico Bíblico para iniciantes, de Allen P. Ross:

[/hr]
Citação :
[size=150]0.1 Introdução[/size]
O hebraico é um idioma oriental que pertence à família semita. O adjetivo semita foi usado pela primeira vez para descrever todos os idiomas do Crescente Fértil estreitamente inter-relacionados. Posteriormente, a nomenclatura foi adotada pelos estudiosos para designar os vários agrupamentos de povos falantes desses idiomas.
A palavra semita origina-se do nome próprio Sem, que, de acordo com Gênesis 10, foi um dos filhos de Noé e ancestral dos assírios, arameus, hebreus, e de outros falantes de idiomas assemelhados. O termo semita passou a designar de modo operacional todos esses idiomas correlatos, mas não significa que todos os seus falantes eram descendentes de Sem.
[size=150]0.2 Características dos idiomas semíticos[/size]
Os idiomas de classificação semítica exibem características que sugerem uma origem perceptivelmente comum. Sabatino Moscati diz: "Os idiomas semíticos têm tanta coisa em comum na sua fonologia, morfologia, sintaxe e vocabulário, que sua semelhança não pode ser esclarecida por empréstimos nos tempos históricos, mas somente pela hipótese de uma origem em comum. Os estudiosos procuram chegar até essa fonte em comum fazendo reconstruções hipotéticas das formas individuais. Essas formas reconstruídas, chamadas proto-semíticas, não aparecem nas inscrições; simplesmente representam conjecturas eruditas a respeito de quais foram as formas originais desses idiomas correlatos.
Moscati resume as características comuns dos idiomas semíticos nos quatro ítens que se seguem:
    1. Características fonológicas: o sistema consonantal possui muitas articulações laríngeas, faríngeas e uvulares. 'Ayin (ע) e hêt (ח) são as consoantes faríngeas mais fortes no idioma.
    2. Raízes triliterais: a morfologia baseia-se nos morfemas lexicais - comumente conhecidos como raízes -, que normalmente possuem três letras. Por exemplo: uma raiz triliteral m-l-k pode ser extraída de palavras que significam "reger" ou "governar": mélek (rei), malkâ (rainha), malkût (reino), malak (ele reina).
    3. Determinação morfológica: o acréscimo de prefixos, sufixos, e infixos (principalmente vogais, conforme o exemplo de m-l-k) às três letras da raiz determina o significado e função exata da palavra. Essas modificações formam os vários substantivos, verbos e outras categorias gramaticais.
    4. Sintaxe: a conexão entre as orações nas frases é por simples coordenação, em vez de pela subordinação lógica que é característica do inglês, do grego, do latim e do português.


Embora essas características em comum ofereçam uma estrutura geral para a classificação, outros fatores tais como um vocabulário semelhante e, acima de tudo, uma geografia compartilhada, também devem ser levados em conta.
Citação :
[size=150]1.1 Introdução ao alfabeto hebraico[/size]
O alfabeto hebraico consiste em vinte e duas letras (contando שׁ e שׂ como uma só letra), todas consoantes. As inscrições mais antigas não exibem nenhuma vogal.
A ordem entre as consoantes é atestada pelos salmos acrósticos (e.g., salmo 34 e 119), nos quais os versículos começam com as letras consecutivas do alfabeto hebraico. Essa ordem é confirmada pela seqüência nos alfabetos ugarítico e grego, sendo que esse último foi adaptado do fenício.
O hebraico é escrito e lido da direita para a esquerda, de modo que as linhas do texto e as páginas dos livros começam à direita. Isso explica por que muitos dos caracteres estão abertos à esquerda.
A altura de todas as letras é quase uniforme, excetuando-se ל (que se estende acima das demais), ק (que desce sob as demais) e י (que não desce até à linha-base). Cinco letras têm somente metade da largura das demais: ג ,ו ,ז ,י ,נ.
As letras são escritas separadamente e nunca juntadas. Nos textos escritos à mão, as palavras não são divididas nos fins das linhas; ao contrário, as letras são alongadas para preencher o espaço. O hebraico não tem maiúsculas, mas umas poucas letras possuem formas especiais quando aparecem no fim das palavras.
Abaixo está a tabela com o alfabeto hebraico, as letras usadas na transliteração das palavras, e o nome delas.

Abaixo está a tabela com o alfabeto hebraico, as letras usadas na transliteração das palavras, e o nome delas.

LetraTransliteraçãoLetra de fimNome
א`álef
בbbêit
גgguímel
דddálet
הh
וwvav
זzzáyin
חhrêt
טttêt
יyiód
כkךcáf
לllámed
מmםmêm
נnןnun
סssámerr
ע´áin
פpף
צtsץtsáde
קqcôf
רrrêch
שׁssin
שׂchchin
תttav
Bem, faltou escrever alguma coisa sobre as letras com pontos, então agora vou complementar... são seis as letras que possuem ponto:

בּ גּ דּ כּ פּ תּ
Quando elas são escritas com pontos, são oclusões plenas, e são pronunciadas como as consoantes ásperas b, g, d, k, p e t. Quando são escritas sem pontos, são fricativas. Em outras palavras, são sons contínuos (teoricamente, o som pode continuar enquanto quem falar tiver fôlego para pronunciá-lo).
Algumas destas letras mantém uma distinção quanto à pronúncia entre estas formas. Elas são:

תּ - bêt: com o ponto, se trata da oclusão plena b (como em boi). Sem o ponto, é o som contínuo v(como em ver).
כּ - kaf: escrito com o ponto, trata-se da oclusão plena k (como em Kelvin). Sem o ponto, é o som contínuo ch (como em Bach).
פּ - peh: com o ponto, trata-se da oclusão plena p (como em paz). Sem o ponto, é o som contínuo f (como em falar).

Outra coisa que me esqueci de mencionar é que as letras de fim, relacionadas na tabela acima, são letras usadas no final das palavras.




Última edição por Ronaldo em 12/1/2009, 3:24 pm, editado 1 vez(es)
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Ronaldo
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MensagemAssunto: Re: Hebraico, introdução, alfabeto e vogais   Hebraico, introdução, alfabeto e vogais Empty12/1/2009, 3:26 pm

Gustavo escreveu:
Prosseguindo com as aulas de hebraico.
Citação :
[size=150]Introdução às vogais[/size]
Em certo período do idioma hebraico, as vogais não eram escritas, mas o leitor precisava subentendê-las. Não era tão difícil como parece, pois as mudanças vocálicas apenas modificavam o significado básico, o qual ficava óbvio segundo o contexto para quem tivesse familiaridade com o idioma. O sistema vocálico da Bíblia hebraica é uma combinação entre as letras vocálicas que mostram as vogais historicamente longas e os pontos vocálicos massoréticos.
[size=150]Vogais historicamente longas[/size]
Muito tempo antes de os estudiosos judaicos terem introduzido pontos vocálicos no texto, determinadas consoantes eram usadas para representar vogais longas. Inicialmente, essas letras eram usadas somente no fim das palavras, mas já no século VI a.C. também estavam sendo usadas dentro das palavras. Esse sistema é muitas vezes chamado de matres lectionis (frase em latim que significa "mães da leitura") porque as letras que representam as vogais servem de orientação para o leitor. Uma letra individual usada dessa maneira é chamada uma mater (mãe). As mais comuns entre essas indicadoras das vogais longas são ה ,ו e י.
[...]
[size=150]Pontos vocálicos massoréticos[/size]
Quando o hebraico cessou de ser o idioma para o uso diário, a compreensão do texto ficou sendo tão complicada e difícil que o significado corria perigo de ficar perdido. Durante os séculos VII até IX d.C., um sistema de sinais foi introduzido pelos eruditos judaicos a fim de conservar a pronúncia tradicional. Sistemas diferentes eram empregados por várias escolas, mas prevalesceu o que se associava com a cidade de Tiberíades na Galiléia. Os escribas dessa escola, conhecidos pelo nome "massoretas" (que provavelmente significa "tradicionalistas", aperfeiçoaram o seu sistema até aos séculos IX e X.
Esse sistema de vocalização não era um suplemento para os marcadores históricos das vogais (ה ,ו e י), mas era completo em si mesmo. Mesmo assim, as marcas foram projetadas de tal maneira que não perturbassem o texto consonantal, mas que se encaixasse entre as vogais historicamente longas. As marcas usadas no sistema são chamadas pontos vocálicos. Um texto equipado com esses sinais é chamado pontuado; um texto escrito sem os pontos vocálicos é chamado não pontuado. A maioria dos pontos vocálicos eram colocados sob a letra depois da qual eram lidos, mas alguns eram colocados ou acima da consoante ou dentro dela.
[...]
[size=150]A combinação entre os pontos vocálicos e as letras vocálicas[/size]
Porque o uso dos pontos vocálicos não foi um mero suplemento das matres lectionis (letras vocálicas) mas forneceu um sistema completo em si mesmo, normalmente achamos esses dois sistemas combinados entre si quando representam as vogais historicamente longas. Em outras palavras: quando as letras vocálicas estão presentes no texto, a pontuação massorética está conservando e esclarecendo a pronúncia.
Para distinguir, na transliteração, entre essas vogais historicamente longas e aquelas com tom longo, empregamos um circunflexo (^). Esse sinal indica que tanto uma mater quando um ponto vocálico estão presentes. Por exemplo: quando se entendia que י distinguia uma vogal historicamente longa ī, como em אישׁ 'īš (homem), os massoretas prontuavam a palavra com hireq para preservar a pronúncia com î. O ponto era escrito sob a primeira consoante, imediatamente antes da mater י, e assimfoi produzida a vogal conhecida como hireq-yod, אִישׁ. O fato de י não ter sob si nenhuma marcação de vogal demonstra que é uma mater e não uma consoante (pois de outra forma teria uma vogal debaixo dela assim como qualquer outra consoante). Transliteramos אישׁ como 'îš, e empregamos o circunflexo para representar o î longo, porque o hireq e a mater י estão presentes.
(ROSS, Allen P., Gramática do Hebraico Bíblico para iniciantes, Editora Vida, páginas 37 a 40.)
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